Ultimamente tenho pensado muito no papel do Filho de Deus, quem ele é e quem Deus é para ele.

Deus tem-me levado a pensar e a meditar nisso… e tenho-me apercebido que por vezes, nós, filhos, passamos ao lado da essência do carácter de Deus, de quem Jesus foi, o que Ele ensinou e o que Ele valorizava.

Ensinamos coisas e damos ênfase ao FAZER, ainda que falemos do SER.

Simplesmente tenho-me apercebido que há coisas que eu não consigo FAZER porque não consigo SER ainda…

E nem sempre nos apercebemos que para Deus, o mais importante é SER.

Isto parece muito simples, básico até… e é.

Como somos ensinados

Somos ensinados, por exemplo, de que devemos testemunhar. De que é uma vergonha passarmos por um local e não dizermos que somos cristãos. TEMOS de testemunhar. Ênfase no FAZER.

E se um filho sincero, cujo coração está entregue ao Pai, ainda não consegue testemunhar devido a uma série de coisas que existem no seu coração, sentir-se-á muito mal porque não está a conseguir FAZER.

Se ele basear a sua relação com o Pai no FAZER, vai-se sentir muito mal, muito imperfeito, vai sentir que está a falhar redondamente na sua vida cristã.

Deus é diferente

Mas Deus não olha para ele assim… Deus preocupa-se com o coração do Filho e sabe que, por mais perfeito que ele tente ser, nunca será por aí que irá agradá-Lo. E Deus está mais preocupado com a razão dessa prisão, disso que impede o filho de falar dele, do que com o resultado. Até porque Deus pode usar até s pedras quando os filhos se calam…

Deus é compreensivo… muitas vezes os seus filhos não são nem pregam isso. Deus não é intransigente, duro. É justo, é verdade que é, mas é gracioso também.

Poderá parecer que estou a dizer que Deus é permissivo com o pecado. Não, não estou a dizer isso. Mas Deus é gracioso para com o pecador. Ele, que poderia atirar a primeira pedra, não o faz. Não foi o que Jesus, imagem perfeita de Deus, fez? Estendeu a mão à prostituta.

Às vezes sinto que os filhos estão prontos a apontar o dedo, enquanto Deus está cá também, bem ao lado dos filhos, em espírito, pronto a abraçar o pecador.

Deus está mais interessado em abraçar e conversar com o Filho imperfeito. Ele aproxima-se, coloca a sua mão sobre o ombro do filho imperfeito mas contrito e conversa com Ele:

“Não te sintas assim… eu não te escolhi por seres perfeito… deixa que o meu Espírito te sonde e mostre o porquê dessa tua prisão, meu Filho amado. Eu estou interessado em cuidar do teu interior, dessa tua limitação, dessa tua ferida… estou mais interessado em que o teu coração se vire cada vez mais para mim e que me ame do que simplesmente faças coisas para mim. Eu não preciso de servos perfeitos, senão teria escolhido os anjos… eu preocupo-me com o teu coração, meu filho, por isso deixa-me cuidar de ti.”

O meu Pai é assim… compreensivo…

Como te sentes?

Sentes-te mal, muito mal por não conseguires fazer determinada coisa que sabes ser da vontade de Deus?

Sentes-te mal porque fazes determinada coisa que desagrada o Pai?

Diz-lhe o que te prende… e se não sabes, chora apenas no Seu colo… Ele sabe o porquê das tuas lágrimas… melhor que tu próprio. Ele tem poder para transformar isso no teu interior e deixar-te completamente livre.

Eu quero que Ele me liberte completamente, bem a fundo, na origem de algumas coisas… e eu sei que a transformação está nas Suas mãos… eu nada posso fazer… não tenho capacidade nem poder…

E tu, não queres? Não gostarias de ser mais livre para amar Deus cada vez mais?

Basta ir… é tão simples. Aproxima-te d’Ele e Ele se aproximará de ti.

Se fores, encontramo-nos lá! Porque eu também estou caminhando nessa direcção: na direcção dos braços do Pai. Cada vez mais preciso da Sua Graça e só os Seus braços me podem dar paz e fazer sentir compreendida e aceite, apesar de tudo.